sexta-feira, 14 de setembro de 2012

João


O João é o sobrinho de um colega de trabalho.

Loiro, com uns olhos impossivelmente azuis e um sorriso desarmante, não deixa ninguém indiferente. Conhecemo-nos no início da semana passada, já que ele estava a passar uns dias de férias na arrábida, com os pais. Acabámos por almoçar quase todos os dias juntos.

Ao início, porque é tímido, não falava muito porque não me conhecia e não tinha “à vontade” para o fazer. Com o passar dos dias, foi-se soltando e acabou por interagir muito.

Ontem, porque não consegui ir almoçar com ele, soube que perguntou por mim e fiquei contente com isso. Hoje foi o último dia de férias e voltámos a almoçar juntos. Depois de um início um pouco acanhado, lá se soltou e falou imenso. Depois da sobremesa, pediu-me se podia pagar a minha parte. Acedi. 

No momento da despedida, estendeu-me a mão porque, segundo ele, “os homens dão apertos de mão”. Quando soltámos as mãos, disse-me: “vou ter saudades tuas”. Fiquei sem palavras.

O João tem três anos e deixou-me de olhos rasos de água.

As crianças têm a expressividade genuína de um prazer consciente e partilhado, por isso é que são o melhor do mundo.

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